A religião não é fonte de conflito, mas de cura e reconciliação, afirma Papa
- 17/09/2025
Em mensagem ao 8º Congresso dos Líderes das Religiões Mundiais e Tradicionais, Leão XIV enfatizou trabalho conjunto entre religiões para promover sinergia
Da Redação, com Vatican News

Papa Leão XIV / Foto: REUTERS/Guglielmo Mangiapane
O Papa Leão XIV enviou uma mensagem aos participantes do 8º Congresso de Líderes de Religiões Mundiais e Tradicionais. O evento acontece em Astana, no Cazaquistão, entre os dias 17 e 18 deste mês.
Refletindo sobre o tema do encontro, “Diálogo das Religiões: Sinergia para o Futuro”, o Pontífice ressaltou o papel do diálogo inter-religioso. Em uma época marcada por disputas violentas, a sinergia se torna um poderoso sinal de esperança para toda a humanidade. “A religião, em sua essência, não é fonte de conflito, mas sim fonte de cura e reconciliação”, afirmou.
O Santo Padre enfatizou que “sinergia” significa um trabalho conjunto, tanto entre as pessoas quanto com o Divino. “Todo impulso religioso autêntico promove o diálogo e a cooperação”, salientou, baseando-se na interdependência que une indivíduos e nações.
Neste contexto, trabalhar em harmonia não é simplesmente uma escolha pragmática, mas um reflexo da ordem mais profunda da realidade. “Está em sintonia com a própria estrutura da nossa existência compartilhada, como membros da única família humana”, acrescentou Leão XIV.
Tal consciência, prosseguiu, gera um profundo senso de solidariedade e a convicção de que os homens são responsáveis uns pelos outros. “A solidariedade é sinergia em ação: a expressão vivida do amor ao próximo como a nós mesmos, em escala global”, expressou.
Diálogo inter-religioso na história
A colaboração entre religiões não se trata de um convite para apagar as diferenças, mas acolher a diversidade como fonte de enriquecimento mútuo. O Papa recordou que a Igreja Católica, desde a declaração conciliar Nostra Aetate, “reconhece e estima tudo o que é ‘verdadeiro e santo’ nas outras religiões”. Desta forma, busca promover uma sinergia autêntica, onde cada fé contribui com sua própria sabedoria e compaixão a serviço do bem comum.
O Pontífice fez memória do histórico encontro de oração dos líderes religiosos em Assis, na Itália, convocado pelo Papa João Paulo II em 1986. Tal evento, sublinhou, mostrou que não pode haver paz entre as nações sem paz entre as religiões.
Além disso, o Santo Padre citou o Documento sobre a Fraternidade Humana para a Paz Mundial e a Convivência Comum, assinado em 2019, em Abu Dhabi, pelo Papa Francisco e pelo Grão-Imame de Al-Azhar, Ahmad Al-Tayyeb, que “ofereceu um caminho claro sobre como a sinergia religiosa pode promover a paz e a coexistência globais”.
Por fim, Leão XIV recordou o último encontro do Congresso de Astana, “quando líderes de diferentes religiões, incluindo o Papa Francisco, se uniram para condenar a violência e o extremismo, defender os refugiados e convidar todos os responsáveis a trabalharem juntos pela paz”.
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Na conclusão de sua mensagem, o Papa enfatizou que o futuro de paz, fraternidade e solidariedade sonhado por todos exige o compromisso de todas as mãos e de todos os corações. “Que o Todo-Poderoso abençoe nossos esforços e produza frutos abundantes para o bem de todos os povos”, finalizou.
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